Hello... 




Falar, pensar e imaginar sempre fizeram parte do meu dia-a-dia desde que fui capaz de reter memória. 

Lembro que eu tentava guardar os sonhos para continuar a sonhar no próximo dia, e hoje, pensando sobre isso, me atingiu que os sonhos eram mais frutos da minha imaginação do que um sonho propriamente dito. Por quê? Pela possibilidade de fazê-lo durar semanas a fio. Quem consegue fazer isso? Ninguém… Ao menos eu não conheço. 

Então escrever era um sonho, certo, era literalmente um sonho da mente em desenvolvimento. Eu queria contar histórias, ser capaz de fazer meus próprios finais, corrigir a cena que eu considerava mal desenvolvida. Mas eu tinha o quê? 10 anos? 

Eu não entendia a necessidade de criar. Uma pessoa me perguntou essa semana quando eu percebi que queria ser escritora. Bem, eu ainda não percebi, mas posso afirmar que eu não posso ser cantora/compositora de uma banda de rock. Nem desenvolver software. Nem mandar dez cartas para fazer a mulher que amo se casar comigo. Mas eu posso escrever sobre isso. Ah, você deve estar pensando por que só citei os meninos… foi só um exemplo, te garanto. Mas eu queria ser médica como a Maxine, e produtora musical como a Callie. Queria comer os biscoitos que a mãe do Mauricio mandou no ano novo para Cecilia. Assim como Maxine, Cecilia também é médica. Talvez eu tenha um fetiche sobre salvar vidas. Acho que todo mundo tem. Ser super-herói. E escrever me proporciona isso de várias maneiras.

Quando Cecilia não disse seu nome a Otávio, aquilo me deixou irritada com Cecilia. Ah! Não é só os leitores que sentem raiva dos personagens, não. Ao menos eu sinto às vezes. Queria que eles me ouvissem, mas eles gritam comigo. É estranho, muito estranho. Lembro que Nick não queria perdoar Ella por nada neste mundo. E que Ella só faz burrice, mas eu não pude fazer nada. É isso, criar uma história é deixar ela jorrar sobre a tela em branco.

Se você quer escrever, escreva. Sente a bunda em uma cadeira e sangre pelos pulsos. Chore com seus personagens, os alimente de amor e ódio. Ah, como eu odeio o Chris. Lembro que suas cenas me deixavam enjoada. É uma conexão real e profunda. Se você me perguntar qualquer coisa sobre qualquer um deles, eu direi. Desde sua infância à sua possível morte.
Então, assim, eu decidi fazer alguns textos para quem se sente refém da própria mente. Não há receita. Escrever não é bolo, nem medicamento manipulado. Encontre os personagens escondidos e os dê permissão para contar a própria história. Afinal, você é só o intermediador.



See u later (Leiam com um sotaque britânico pensando em John que está vindo aí)